sexta-feira, abril 04, 2008

Homenagem a dois idolos da "Geração Rasca"

Homenagem a dois ídolos.
Este post vai ser um pouco longo mas vale a pena a leitura.

Amanhã, 5 de Abril é uma data especial para a minha geração!

Infelizmente especial por ser a data de aniversário da morte de dois dos ídolos da chamada “Geração Rasca” (hoje geração à rasca…): Layne Staley (22/08/1967 - 05/04/2002) e Kurt Cobain (20/02/1967 - 05/04/1994).

Ambos líderes do movimento Grunge que deu voz a uma geração em todo o mundo, embora encarnassem esse espírito geracional como ninguém, nunca o conseguiram realmente descrever, essa proeza foi conseguida pela banda favorita de Cobain, os R.E.M, no fantástico poema acompanhado por cavaquinho com o nome de “Losing my religion”.

Layne era o vocalista dos Alice in Chains (para muitos a banda mais pura do Grunge), enigmático e idealista, deixou-se apoderar e assombrar por algo que abominava e condenava – as drogas – até 1994, Staley por mais que uma vez vociferou publicamente contra os narcóticos e os seus efeitos devastadores para quem deles dependia. Porém deixou-se apoderar pela cocaína e heroína a partir de 1994, “desgosto amoroso foi a causa” refere o guitarrista e compositor da banda Jerry Cantrell. O efeito devastador das drogas em si é visível logo em 1996, quando a banda gravou o seu MTV Unplugged (os Metallica estavam na plateia!), estava decadente, Cantrell por mais de uma vez teve que substitui-lo na voz. De 1996 a 2002 passou a maior parte do seu tempo fechado no seu apartamento, provocando sofrimento em todos os que o rodeavam, especialmente Cantrell que por si nutria uma especial amizade. A sua luz apagou-se em 5 de Abril de 2002 devido a uma overdose de “speedball” um cocktail mortífero de heroína e cocaína.

Cobain dispensa apresentações, líder, vocalista, guitarrista e compositor dos Nirvana, a maior banda do movimento de Seattle, sempre viveu na sua própria sombra, depressivo e introvertido, acabou por ser quem melhor encarnou o espírito tão bem descrito pelos R.E.M.
Canções como “Smells like teen spirit”,”Polly”, “Comme as you are” ou “Heart shaped box” marcaram a minha geração de forma profunda, aliás, existirá alguém da minha geração que nunca tenha ouvido o álbum Nevermind de início ao fim repetidamente? Cobain surpreendeu o mundo com o seu MTV Unplugged (o melhor de sempre), onde mostrou que apesar de toda a rebeldia também era um músico de eleição. Infelizmente nem o nascimento da filha foi suficiente para lhe retirar as ideias depressivo-suicidas, exacerbadas pelas drogas. A sua luz apagou-se a 5 de Abril de 1994.
Staley e Cobain, dentro das suas diferenças foram quase almas gémeas: duas pessoas profundas e carismáticas, um timbre de voz parecido (embora a voz de Staley seja muito mais profunda e trabalhada), líderes das suas bandas, depressivos e dependentes de drogas, nunca lidaram bem com a fama, morreram no mesmo dia (separados por oito anos) e ambos só foram encontrados sem vida dias depois da sua morte.
Deixo aqui a minha homenagem a estas duas pessoas que, através da sua música, influenciaram e continuam a influenciar a minha vida. Sou obrigado a confessar que, em 1994, tinha eu dezasseis anos, chorei ao saber da morte de Cobain, não queria acreditar em tal notícia, era horrível de mais, parece que ao ouvirmos a sua música, ele faz parte de nós como um irmão ou um amigo especial e foi isso que eu e todos perdemos. A morte de Staley já não teve tanto impacto (eu já era bem mais crescidinho) mas o sentimento de que estávamos perante uma grande perda estava e está cá.

Até sempre Layne e Kurt.

1 comentário:

Vasco disse...

Muito bem escrito.
apesar de nao ser bem da minha geraçao,desde o momento em que entrei para o 113 tenho vindo a ouvir qualquer um dos dois e sim posso dizer foram os senhores naquilo que fizeram (musica)